terça-feira, 16 de novembro de 2010

Trecho do meu livro "Eu te amo, passarinho".

Devagar, passos cautelosos, ele se aproximou. Havia algo tomando conta de mim, invadindo meu corpo por dentro e me causando uma sensação de prazer quase pervertida. Eu já me encontrava tão excitado que minha calça apertava, quase chegando a me machucar. Quando senti seu corpo a poucos centímetros do meu, olhei por cima de meus ombros e entrei em uma porta que levava a uma pequena dispensa pouco iluminada. Sem nada dizer ele me acompanhou e após entrar, fechou a porta, nos deixando em total escuridão. Eu me conservava quieto, sentia apenas sua respiração bem perto do meu rosto e minhas pernas tremendo. Seus dedos tocaram de leve minha face, quase imperceptíveis. Estavam gelados. Fechei meus olhos e pouco a pouco seu toque se tornou mais pesado, culminando com sua mão agarrando minha nuca e me trazendo de encontro a ele. Nossos lábios encontraram-se, mas não houve beijo. Ele apenas roçava seus lábios nos meus e acariciava meu nariz com a ponta do seu, me dando “beijinho de esquimó”. Minha respiração estava apressada e meu corpo ansiava pelo dele como se disso eu precisasse para continuar vivo. No escuro, mesmo com meus olhos cada vez mais se acostumando à escuridão, eu pouco podia distinguir. Sem poder resistir mais, levantei minhas mãos e acariciei primeiro seu rosto e depois seu peito, quando então ele me tomou para si e beijou minha boca com delicada fúria, saciando em nós a sede de mais de dez meses que nossos corpos sentiam um do outro. Cedendo ao poder da emoção que tomava conta de mim, eu chorei.

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