terça-feira, 11 de outubro de 2011

Não me ame.

Não me ame, quando antes do amor por mim, não houver em seu peito o amor por você.

Não me ame, se meus toques de carinho não fizerem seu corpo tremer.

Não me ame, se meu beijo for como o de tantos outros, sem gosto especial.

Não me ame, se meu abraço em vez de romântico, parecer-te apenas fraternal.

Não me ame se a chuva pingada na janela não te trouxer um pensamento feliz; Se o cheiro das minhas roupas em seu quarto esquecidas não te abala o peito saudoso, só te incomoda o inútil nariz.

Não me ame por pena, nem me ame por obrigação.

Ainda sinto a tua ausência, mas prefiro o vazio consciente, que o incômodo vácuo da solidão.

Não me ame por conveniência, muito menos por vingança.

Mantenha tua alma inocente, não te condenes ao grilhão pesado da rotina, se não podes depois pagar a fiança.

Não cabe a mim enterrar em meu peito os teus sentimentos, não nasci para coveiro.

Você não precisa despedaçar meu coração, já que ele nunca esteve inteiro.